sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Política do Bem

Infelizmente, em nossa cultura, política virou sinônimo de traição, falta de caráter, de comportamento antiético e de usar as competências para fazer o mal. Na verdade, a política é uma ciência belíssima, que trata das barganhas, das trocas simbólicas e dos relacionamentos sustentáveis entre as pessoas. O interessante é que todos fazem política quando são crianças, procurando alianças com os irmãos para mudar o fim de semana da família ou uma autorização dos pais para conseguir ir a uma festa. O processo político “do bem” é inerente ao homem e integrante de qualquer sistema social. Na elaboração de um projeto de carreira, alianças e parcerias também são fundamentais. Alianças com superiores imediatos tornam seu trabalho visível e levam, meritoriamente à conquista de uma promoção. Parcerias com colegas permitem, por exemplo, que você saia mais cedo para fazer um curso durante um ou dois dias da semana: você pede para ser “coberto” e depois se oferece para fazer o mesmo na vez do colega. Isso é política pura. Do bem!

Na hora de construir se caminho profissional, não se deixe levar pela distorção histórica do conceito. Fazer política é saudável, necessário e eu diria até mesmo fundamental para a construção de uma carreira. Agora, para você saber os limites do exercício da política, faça uma revisão de seus valores e princípios pessoais. Trata-se de um exercício quase diário. Toda que seus valores estiverem em risco ou sob ameaça, você está no limite entre a política do bem e a do mal. Os seus princípios e sua ética são balizadores da sua política. Só não venha com a desculpa “não sou político” quando estiver diante de uma dificuldade para estabelecer ou sustentar relações, por mais complexas que elas possam parecer a primeira vista. Todos nós somos políticos e precisamos disso para viver em sociedade.

Matéria de: Luiz Carlos Cabrera
Professor da Eaesp-FGV
Fonte: Internet

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